quinta-feira, 27 de agosto de 2009

(...)
Já estava muito tarde e ela tinha que acordar cedo na manhã seguinte.

Era mais uma madrugada fria e cinzenta. A claridade da cidade era mais forte do que o brilho das estrelas.
Ela até estava com um pouco de sono.
Quem disse que isso importava?
Na verdade ela nem lembrou desse detalhe quando resolveu passar a madrugada toda na varanda conversando com ele, que estava na varanda ao lado.
Não foi uma conversa tão incrível assim.
Ele também não era tão apaixonante assim.
Mas mesmo assim, ficou a noite toda ali, com ele, falando sobre coisa nenhuma.

Enquanto ele falava, ela pensava: "Eu não o amo. Mas poderia amar. Eu nem sei se isso vai chegar a algum lugar, mas vou correr o risco." (...)

domingo, 23 de agosto de 2009

Por mais cinzenta que a vida se torne,
Com um pouquinho de vontade,
Até o dia mais cinza de todos,
Volta a ter uma corzinha...

Cores...

Tem dias em que tudo fica cinzento, chato, triste.
Quem nunca teve um dia assim?

Aonde foram parar as cores?
Só cabe a nós trazê-las de volta à nossa vida.



quinta-feira, 20 de agosto de 2009

(...)
Ela acordou três horas mais cedo, ainda estava escuro.
Colocou um casaco por cima do pijama e saiu rapidamente.
Estava muito frio na rua, mas isso não tinha a menor importância.
Andou, andou, andou sem pensar pra onde estava indo. Estava muito aérea, desligada.
Um conhecido passou e a cumprimentou, ela respondeu com um sorrisinho desatento e nem percebeu nada disso.
Na verdade ela não percebeu nada, afinal estava submersa em seus pensamentos.
E o mundo passava à sua volta.
Parecia que nada além do seu objetivo importava de verdade.
Andou mais um pouco, aquele frio úmido começava a incomodar e ela continuava andando rapidamente.
Parecia que nada poderia pará-la.



Ela parou.
Parou na margem esquerda do rio e ficou olhando fixamente para a ilha, que estava envolvida pela neblina já não tão espessa assim, deixando passar o primeiro raiozinho de sol.
Sentada num toquinho de madeira, ela ficou lá até o dia amanhecer.
Um cachorro passou, os pássaros cantavam nos galhos bem acima de sua cabeça, um casal de velhinhos passou conversando animadamente.
Ela só observava tudo. Cada detalhe.


Depois de algum tempo, ela se levantou, e voltou pra casa.
Tinha algo de diferente nela. Todos notaram e ninguém sabia dizer o que era, nem mesmo ela sabia.
Mais um dia se passou, mas definitivamente havia algo diferente.

(...)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Because of You

I will not make the same mistakes that you did
I will not let myself cause my heart so uch misery
I will not breake the way you did you fell so hard
I've learned the hard way to never let it get that far

Because of you I never stray too far from the sidewalk
Because of you I learned to play on the safe side so I don't get hurt
Because of you i find it hard to trust not only me but everyone around me
Because of you I am afraid

I lose my way and it's not too long before you point it out
I cannot cry because I know that's weakness in your eyes
I'm forced to fake a simle, a laugh, every day of my life
My heart can't possibly break, when it wasn't even whole to start with.

I watched you die
I heard you cry every night in your sleep
I was so young you should have known better tha to lean on me
You never thought of anyone else you just saw your pain
And now I cry in the middle of the night for the same damn thing




(Só porque essa musica fala mais da minha vida do que eu mesma poderia.)

Ocaso

Vejo o pôr-do-sol.
E enquanto ele se põe eu sinto que com ele,
alguma coisa sai de mim e se esconde atrás do horizonte.
O dia acaba e uma parte de mim acaba também.

Tenho medo de que com o passar do tempo não sobre mais nada de mim.
Nem mesmo uma lembrança.

Não há como impedir, não se pode deter nem atrasar.
É inevitável.

Só posso assistir. Como se assiste ao pôr-do-sol.

Estou só de passagem.

"Não se incomodem comigo, estou só de passagem.
Não quero atrapalhar ninguém, eu estou só de passagem.
Meu caminho é esse mesmo. Estou só passando.
O meu alvo está lá na frente, isso aqui é só passagem."

Autor Desconhecido

Eu não queria que fosse assim.

Eu queria causar um impacto positivo na vida das pessoas com quem eu convivo.
Queria fazer algo de bom, qualquer coisa que melhorasse de alguma forma a vida de quem quer que fosse.

Mas isso não acontece.
Se eu não consigo fazer nada nem por mim mesma,
Se não consigo nem mudar a minha própria vida,
Como eu poderia fazer isso por outros?

Eu quero mudar.

Não quero passar a vida em branco
Sem um grande amor,
Sem uma grande conquista,
Sem emoção,
Sem esperança.

Eu seria como um robô
Sem sentimentos,
Sem desejos,
Só de passagem... Passaria e tudo continuaria como sempre.

Enquanto isso...vou só passando...

Conselheira

Hoje uma pessoa veio me pedir conselhos
Sobre como enfrentar uma certa situação.
A mesma situação que eu não consegui enfrentar até hoje.
E eu, hipócrita, aconselho a ter fé, esperança e a não se deixar abater.
Como eu posso fazer isso?
Falar pra alguém ter coragem e enfrentar os problemas de frente,
Quando eu mesma fui fraca e não fiz isso.

"Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço."
Agi como eles. Fiz exatamente o que eu sempre condenei.

Mas afinal, o que eu poderia fazer?
Que tipo de conselho eu poderia ter dado?
De que outra maneira eu poderia ter ajudado?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

No meio do caminho tinha...eu.

Eu queria conseguir expressar o que estou sentindo.
Não sei o nome disso.
Não é exatamente tristeza; nem alegria.
Não é certeza; nem medo.
Como colocar pra fora um sentimento que eu nem sei o que significa?


"Não deixe tanta vida pra depois..."
Mas essa confusão me paralisa.


Já não estou mais no fundo do poço; mas não cheguei no topo da montanha ainda.
Acho que é essa dúvida, esse medo do futuro que me apavora.
Já estive melhor; e já estive pior também.

Não me sinto preparada,
Mas estou esperando...
Que venha o amanhã!

Acontece com todo mundo...

Eu achei que era só eu...

...que sofria de amor,
que tinha problemas de família,
que tinha problemas pra conviver com certas pessoas,
que tentava fugir da realidade e pra isso imaginava um lugar perfeito só pra mim,
que sentia saudade de uma época em que as coisas eram melhores,
que sonhava com uma vida diferente,
que acreditava nas pessoas e acabava sofrendo depois,
que ficava sonhando com a liberdade,
que sentia medo do que está por vir,
que tinha conflitos que só existiam na minha cabeça,
que sentia ciúmes exagerados,
que não sabia controlar e esconder meus sentimentos,
que ficava muito triste quando magoava alguém,
que guardava tudo o que sentia por medo de me abrir pra alguém,
que tentava parecer uma fortaleza, mas por dentro estava despedaçada.

E eu achando que era só comigo...