quinta-feira, 20 de agosto de 2009

(...)
Ela acordou três horas mais cedo, ainda estava escuro.
Colocou um casaco por cima do pijama e saiu rapidamente.
Estava muito frio na rua, mas isso não tinha a menor importância.
Andou, andou, andou sem pensar pra onde estava indo. Estava muito aérea, desligada.
Um conhecido passou e a cumprimentou, ela respondeu com um sorrisinho desatento e nem percebeu nada disso.
Na verdade ela não percebeu nada, afinal estava submersa em seus pensamentos.
E o mundo passava à sua volta.
Parecia que nada além do seu objetivo importava de verdade.
Andou mais um pouco, aquele frio úmido começava a incomodar e ela continuava andando rapidamente.
Parecia que nada poderia pará-la.



Ela parou.
Parou na margem esquerda do rio e ficou olhando fixamente para a ilha, que estava envolvida pela neblina já não tão espessa assim, deixando passar o primeiro raiozinho de sol.
Sentada num toquinho de madeira, ela ficou lá até o dia amanhecer.
Um cachorro passou, os pássaros cantavam nos galhos bem acima de sua cabeça, um casal de velhinhos passou conversando animadamente.
Ela só observava tudo. Cada detalhe.


Depois de algum tempo, ela se levantou, e voltou pra casa.
Tinha algo de diferente nela. Todos notaram e ninguém sabia dizer o que era, nem mesmo ela sabia.
Mais um dia se passou, mas definitivamente havia algo diferente.

(...)

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